terça-feira, 25 de julho de 2017

Demanda por crédito do consumidor cai 0,7% no semestre

A Demanda por Crédito do Consumidor caiu 0,7% no primeiro semestre de 2017, em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados nacionais da Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Na avaliação interanual, junho apresentou estabilidade nos dados, enquanto nos valores acumulados em 12 meses (julho de 2016 até junho de 2017 frente aos 12 meses antecedentes) houve desaceleração da queda (0,6 p.p. frente ao resultado de maio), atingindo -6,3%. Já na análise mensal (junho de 2017 contra maio de 2017) houve queda de 2,8%, retirados os efeitos sazonais.
Considerando os segmentos que compõem o indicador, na avaliação em 12 meses, observou-se nas instituições financeiras uma retração de 10,1%, enquanto para o segmento não-financeiro houve diminuição de 3,6%.
Os resultados mostram um indicador ainda fragilizado, mas que gradualmente retorna a um território mais neutro. Com a retomada, ainda que tímida, da atividade econômica, a propensão ao consumo também inicia um movimento de recuperação, colaborando para um aumento da demanda por crédito por parte dos consumidores. Ademais, com as recentes melhorias nas perspectivas de juros e inflação, espera-se para os próximos meses retomada mais consistente do indicador, que deverá atingir níveis positivos até o primeiro trimestre de 2018.

Fonte: Monitor Mercantil

Meirelles não descarta novo aumento de impostos

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira que o governo não discute novos aumentos de impostos, mas, caso seja necessário, eles serão feitos. Na última semana, houve reajuste do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina, o diesel e o etanol.
“Não discutimos isso, porque não é uma situação que se coloca no momento. Tudo é possível, se necessário. Tenho falado isso desde agosto do ano passado. Mas, hoje, nós estamos preocupados em concretizar outras receitas”, disse o ministro, após participar de reunião com investidores na capital paulista.
Ainda sobre o aumento de impostos, Meirelles disse que uma reavaliação não está descartada. “É um quadro extremamente dinâmico, em que tudo está sujeito a reavaliação, dependendo da avaliação dos fatos e de determinados impactos econômicos. O que é importante é que nós temos, sim, uma decisão de aumento de impostos neste momento”, destacou.
Já o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão está preparando uma proposta que define regras para um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) de funcionários públicos federais. A medida inclui também a redução da jornada de trabalho com remuneração proporcional para servidores públicos do Poder Executivo Federal. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela pasta. A iniciativa do governo federal busca reduzir gastos públicos com a folha de pagamento dos servidores públicos federais. A expectativa é que a medida gere uma economia de cerca de R$ 1 bilhão ao ano.

Fonte: Monitor Mercantil

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Vendas dos supermercados caem 6,96% em maio

As vendas em valores reais do setor de supermercados apresentaram queda de 6,96% em maio na comparação com abril e alta de 1,06% em relação a maio do ano passado.
No acumulado do ano houve alta de 0,61%, na comparação com o mesmo período de 2016, de acordo com o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), pesquisado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade. Em valores nominais, as vendas do setor apresentaram queda de 6,67% em relação ao mês de abril e, quando comparadas a maio de 2016, alta de 4,72%. No acumulado do ano, as vendas cresceram 5,15%.
- Nos últimos dois meses o Caged registrou aumento nos postos de trabalho e a inflação também tem se mantido em baixos patamares, fatores que influenciam diretamente no resultado acumulado das vendas do setor. Mas sabemos que o momento ainda é de cautela, o cenário político brasileiro tem passado por novas reviravoltas, e isso também afeta na confiança e na intenção de compra da população - destacou o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.
No mês de maio, a cesta de produtos Abrasmercado, composta de 35 produtos de largo consumo, pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras, registrou queda de 0,54%, ao passar de R$ 470,16 para R$ 467,62. Já no acumulado do ano, a cesta apresentou queda de 3,21%.
Segundo a pesquisa, as maiores quedas de preço no mês de maio foram registradas em produtos como: tomate (11,26%), farinha de mandioca (8,53%), queijo mussarela (4,14%) e açúcar (4,11%). Já as maiores altas foram nos itens: cebola (7,42%), batata (6,90%), sabão em pó (4,82%) e creme dental (2,88%).
Só a Região Sudeste registrou alta nos preços (0,21%). As demais registraram queda: Norte (-1,45%), Sul (-0,74%), seguidas do Nordeste (-0,54%) e do Centro-oeste (-0,04%).

Fonte: Monitor Mercantil

Comércio eletrônico brasileiro cresceu 9,23% em um ano

Este ano, o número de lojas de comércio eletrônico cresceu 9,23% no Brasil, ritmo de expansão que se aproxima do que se percebe na economia tradicional (lojas físicas), na qual o número total de empresas lançadas (subtraindo-se o total de empresas fechadas) foi de 8,57% no mesmo período, também segundo dados da BigData Corp. Para se ter ideia do que isso representa, basta relembrar que, em 2016, essa taxa bateu os 21,52% em relação a 2015; e, em 2015, chegou a 24,67%, comparando-se a 2014.
Em 2017, também chama a atenção o boom no número de comércio eletrônicos de grande visitação - aqueles com mais de 500 mil visitas mensais. Enquanto em 2016 esses sites tinham participação marginal no total de lojas virtuais, de apenas 0,76%, hoje representam 14,77% do total de lojas virtuais.
Esse aumento do índice de sites de grande visitação pode ser explicado pelo crescimento do uso de mídias sociais alternativas (que não o Facebook). O Instagram e o YouTube são os grandes exemplos disso, com cada vez mais lojas usando essas plataformas para divulgar seus produtos, seja com canais próprios ou por intermédio de influenciadores digitais. Essas novas mídias sociais têm sido dominadas por novas marcas, não pelas marcas tradicionais. Outro ponto que merece menção é o crescimento de canais alternativos de pesquisa de preços, especialmente com o advento de marketplaces online. Nos marketplaces, os consumidores visualizam outras lojas e, gostando das ofertas, acabam acessando esses comércio eletrônicos diretamente.
O estudo registrou crescimento da presença do comércio eletrônico no âmbito do total de sites brasileiros. Essa expansão foi de 54,23%, saindo de uma participação de 3,54% para 5,46%, o que equivale, atualmente, a 600 mil lojas virtuais no país - em 2016, eram 547 mil; em 2015, 450 mil; e em 2014, 360 mil.
O levantamento da BigData Corp. é feito semanalmente em mais de 20 milhões de sites brasileiros; para esta pesquisa, o instituto trabalhou com resultados obtidos entre junho de 2016 e o de 2017.
Os pequenos sites de comércio eletrônico, com até 10 mil visitas mensais e que vendem até 10 produtos, representam a maioria do comércio online brasileiro, ainda que sua participação tenha caído 17,18%, fechando em 76,72% do total de lojas virtuais do país - no levantamento de 2016, eles representavam 92,64%. São especializados em nichos específicos, a exemplo de sites que vendem brigadeiros, iô-iôs, aulas particulares e produtos e serviços diversos.
Já os sites médios (que contam entre 10 mil e 500 mil visitantes por mês) passaram de 6,61% em 2016 para 8,51% este ano. A grande mudança nessa medição foram os sites grandes (com mais de 500 mil visitas por mês), que passaram de 0,76% em 2016 para 14,77% este ano.
Outra taxa que aumentou em relação a 2016 foi a de comércio eletrônicos responsivos (ou seja, que se adaptam a qualquer tela, seja um desktop ou um smartphone): eles já são 24,20% do total - na medição do ano passado, esse índice era de 16,12%. E 3,47% deles já contam com aplicativos de venda mobile, o que amplia a experiência do consumidor e abre a possibilidade de inúmeros recursos durante a compra, sem comprometer a velocidade do acesso - em 2016, os sites com aplicativos eram 0,27%.
A pesquisa BigData também captou uma tendência do varejo online: o uso expressivo das mídias sociais (72,43% agora, contra 60,71% no ano passado). O líder, nesse quesito, ainda é o Facebook, com 53,65% (mas o índice era de 54,96% em 2016). O Twitter bateu os 36,21% (contra 35,87% em 2016); o YouTube também aumentou sua participação, com 21,59% (tinha 20,80% no ano passado); e o Instagram chegou aos 12,73% (contra 9,32% em 2016).
Da mesma forma, a adoção de recursos de análise automatizada de visitas aos sites (como o Google Analytics) sofreu um boom. Em 2017, 70,57% das lojas virtuais já adotam suas funcionalidades - eram 59,02% em 2016.
Segundo a BigData Corp, o índice de comércio eletrônicos sem lojas físicas também aumentou desde 2016. Agora, são 95,07%; no ano passado, eram 86,54%; e, em 2015, na primeira aferição do instituto, essa taxa era de 85,47%.
No que diz respeito à utilização de meios de pagamento por parte dos comércio eletrônicos, a pesquisa aponta que, atualmente, 45,67% contam com carteira virtual para pagamentos eletrônicos. Esse índice era de 41,21% em 2016 e de 38,09% em 2015.
Uma informação que traduz bem como o setor vem investindo muito, no decorrer dos últimos dois anos, em segurança é a taxa de comércio eletrônicos que trabalham com SSL (Secure Socket Layer, sistema que garante que o site é seguro). Em 2015, eles eram somente 20,68% do total; em 2016, chegavam aos 73,85%; e, em 2017, bateram nos 91,27%.
A BigData Corp também quis saber o índice de lojas virtuais que usam plataformas de comércio eletrônico. Segundo os dados coletados, 58,48% utilizam plataformas fechadas (eram 45,38% em 2016); 13,28% preferem plataformas abertas (eram 16,86% em 2016); e 28,24% não têm plataforma, ou seja, são sites construídos por desenvolvedores independentes, sem usar uma plataforma fixa (eram 37,76% em 2016).

Fonte: Monitor Mercantil

Ipea: situação fiscal inibe retomada mais vigorosa da economia

O Grupo de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta a seção Visão Geral da Carta da Conjuntura nº 35. A análise indica preocupação com a situação fiscal do Brasil, já que os gastos obrigatórios continuam crescendo a uma taxa elevada e a arrecadação vem decepcionando. Por sua vez, a inflação, a economia internacional e as contas externas seguem em trajetórias benignas que ajudam a melhorar o ambiente macroeconômico brasileiro, mesmo em meio à instabilidade política.
A questão fiscal, aliada à incerteza quanto à agilidade na aprovação das reformas tributária e previdenciária, levou o Grupo de Conjuntura a projetar variações mais modestas para o investimento, que ainda deve permanecer no terreno negativo neste ano e apresentaria um crescimento mais moderado em 2018. A expectativa do grupo é de que a atividade econômica mantenha o ritmo de retomada gradual, levando o PIB a crescer 0,3% em 2017 e de forma um pouco mais rápida no ano que vem (2,3%).
No que se refere à trajetória da inflação, espera-se uma taxa de 3,5% em 2017 e de 4,3% em 2018. A leve aceleração inflacionária em 2018 é compatível com a redução esperada da taxa Selic para 8,5% a.a. ao final deste ano - e manutenção desse patamar no ano que vem -, a recuperação da atividade econômica e a taxa de câmbio mais desvalorizada, pressionada pelo cenário de maior incerteza.
Os indicadores mensais mais recentes - como os dados de confiança de junho da Fundação Getúlio Vargas (FGV), analisados na seção de Atividade Econômica da Carta de Conjuntura também divulgada nesta quinta, corroboram um cenário de retomada mais paulatina do crescimento. A recuperação mais forte do consumo tem esbarrado numa dinâmica de ajuste lento do mercado de trabalho e na recomposição ainda incipiente do crédito.
A Visão Geral da Carta de Conjuntura explica que a própria redução da inflação tem contribuído para aumentar o valor real dos gastos obrigatórios, como os benefícios previdenciários, que foram corrigidos por uma taxa inflacionária elevada no início do ano, e os salários do funcionalismo, negociados em anos anteriores sob a influência de expectativas de taxas ainda elevadas.
Nos primeiros quatro meses do ano, os pagamentos de benefícios previdenciários e assistenciais e de salários do funcionalismo (ativos e inativos) cresceram, em termos reais, 5,3% e 7,3%, respectivamente. Essa pressão dos gastos obrigatórios torna-se ainda mais dramática quando se considera que o total das despesas primárias federais caiu 4,3% em termos reais, no mesmo período. Ou seja, a margem de redução dos demais gastos vem se estreitando rapidamente, colocando em risco a meta de resultado primário no curto prazo.
O cenário analisado nesta edição da Carta de Conjuntura supõe que as turbulências políticas afetam negativamente o ritmo de retomada econômica, mas não impedem a continuidade desse processo. Da mesma forma, na ausência de um maior grau de contaminação do ambiente econômico pela conjuntura política, não há sinais de descontrole inflacionário.

Fonte: Monitor Mercantil

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Faturamento do setor de máquinas e equipamentos sobe 20,4% em maio


O faturamento líquido da indústria brasileira de máquinas e equipamentos somou R$ 6 bilhões em maio, 5,3% maior que em abril. No entanto, no acumulado do ano (janeiro a maio), o setor registra queda de 20,4%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
As vendas internas registraram crescimento de 24% em maio na comparação abril. Em relação a maio de 2016, o crescimento foi de 5,3%, interrompendo uma sequência de 25 quedas consecutivas. Para a Abimaq, o número poderia ser um indicativo de retomada, “não fosse a nova crise de confiança causada pela delação premiada da JBS”, diz a entidade em seu boletim de indicares conjunturais.
De acordo com a Abimaq, a manutenção deste nível de faturamento, R$ 6 bilhões, no segundo semestre, garantiria apenas e estabilidade das vendas em relação ao resultado de 2016.
Os resultados de maio não entusiasmam os representantes do setor. Para o diretor de competitividade da associação, Mário Bernardini, ainda é cedo para rever a previsão de 5% de crescimento anual. “Havia a possibilidade de uma certa recuperação, que poderia se transformar em crescimento, infelizmente os últimos acontecimentos políticos contaminam o ambiente econômico”, analisou.
Segundo Bernardini, um resultado estável em relação ao ano passado já seria positivo para o setor. “O momento econômico é muito complicado para fazer nova previsão, nos daremos por felizes se conseguirmos manter o faturamento do ano passado, mas o mais provável é que acumulemos a quarta queda anual consecutiva.”
Exportações
Em relação às exportações, em maio, o setor faturou US$ 705 milhões, aumento de 12,3% em relação a abril, que havia registrado queda de 34% no indicador. No acumulado do ano, as exportações registram crescimento de 1,1%. De acordo com o diretor de competitividade da Abimaq, o resultado é típico da época. “Houve uma forte queda acentuada em abril e uma recuperação em maio, mas isso já é sazonal.”

O crescimento foi puxado pelas vendas externas de máquinas para a indústria de transformação (27,1%), máquinas para logística e construção civil (25,5%) e de máquinas para bens de consumo (23,5%). O destaque no ano continua com o setor de máquinas agrícolas, com acumula crescimento de 51% até maio.
Segundo o presidente do Conselho da Abimaq, João Carlos Marchesan, o crescimento ocorre após quedas anteriores. “Estamos retomando esse crescimento, que teve queda em 2015. O setor está melhor do que qualquer outro setor da economia e o câmbio já começou a se tornar competitivo para o setor.”
A América Latina se mantém como a maior compradora das máquinas do Brasil, puxada pelo Mercosul, que aumentou em 27,9,% suas compras de máquinas do país. Em seguida, estão os Estados Unidos, com 3,6%. As vendas para a Europa e para a China caíram 25,6% e 28,4%, respectivamente.

Já as importações de máquinas aumentaram 8,7%% em maio. Na comparação com os últimos 12 meses, o recuo foi de 23,8%. O Brasil importou principalmente da Alemanha (18%) no mês.
Emprego
A indústria de máquinas e equipamentos encerrou maio com 291, 2 mil pessoas ocupadas, o que representou ligeira queda de 0,2%. Na comparação com os últimos 12 meses, a queda foi 5,6%, ou seja, menos 17,1 mil postos de trabalho.

Fonte: Monitor Mercantil

Apas: tomar café da manhã em casa ficou mais caro

O pão com manteiga e o café com leite ficaram mais caros em 2017, segundo levantamento da Associação Paulista de Supermercados (Apas) por meio do Índice de Preços nos Supermercados (IPS/Apas/Fipe).
A alta mais significativa foi notada no preço do café, que chegou a 14,58% só neste ano e em 12 meses foi a 26,44%. Já o leite longa vida tipo B registrou aumento de 6,55% no ano, mas teve queda de 2,35% em 12 meses. Este aumento se refletiu nos seus derivados: a manteiga subiu 7,86% ao longo deste ano e chegou a 19,80% nos últimos 12 meses. Quanto ao pão francês, este teve alta em 2017 de 0,43%, enquanto em 12 meses subiu 4,45%.
Conforme explicou o gerente de Economia e Pesquisa da Apas, Rodrigo Mariano, os preços foram impactados pelos custos de produção e por questões climáticas.
A alta no preço do pão francês, por exemplo, foi ocasionada pelos ingredientes de seu preparo, principalmente o preço do trigo.
Já o preço do leite foi em decorrência do aumento nos custos da ração animal e da redução da quantidade e qualidade do pasto, que geram menor produção de leite, impactando nos preços do produto final. E, consequentemente, a alta se refletiu nos derivados do leite, como a manteiga, por exemplo. Já a alta no preço do café se deve ao ritmo lento da colheita, diante da demorada maturação dos grãos frente a um período de excesso de chuvas, o que gera uma menor disponibilidade do item, pressionando os preços para cima. Aliado a isto, a maior demanda internacional pelo grão favoreceu os preços nos mercados externo e interno, contribuindo para um comportamento de alta ao longo do ano.
Com um cenário como este, a dica do economista da Associação para economizar é pesquisar.
- A pesquisa é sempre um trunfo do consumidor, pois isso garante mais competitividade no setor e preços mais favoráveis - analisa Rodrigo.
A Apas reforça que a tendência para os meses de julho e agosto ainda é de pressão sobre os preços de alguns itens, mas a partir de setembro deve se estabilizar e, posteriormente, os preços podem apresentar queda, diante do equilíbrio entre a oferta e a demanda destes itens.
Queijo minas frescal - Neste mês, a Proteste Associação de Consumidores fez um teste com o queijo minas frescal, com o objetivo de avaliar a qualidade físico-química, as condições de higiene e a rotulagem de 10 amostras do alimento. O teste mostrou que algumas marcas de queijo minas frescal, ao contrário do que se acredita, tem excesso de gorduras e sódio e, além disso, também apresenta no rótulo informações que nem sempre condizem com a realidade.
No laboratório, a Associação avaliou o rótulo dos produtos e verificou a veracidade das informações encontradas. Também mediu a quantidade de gordura presente no extrato seco de cada um deles. Observou, ainda, o teor de umidade e se os queijos levavam amido em sua composição. Além disso, os produtos passaram por análise capazes de detectar a presença de micro-organismos causadores de doenças.
Em relação à rotulagem, apesar das embalagens dos queijos minas frescal avaliados trazerem as informações exigidas por lei e, ainda, aquelas que consideramos importantes (como a data de fabricação), a veracidade das informações contidas nos rótulos ainda deixam a desejar. Segundo a legislação brasileira, a diferença entre as informações contidas no rótulo e o que contém o produto oferecido ao consumidor, não pode ser maior que 20%.
Ao avaliar o conteúdo de sódio, a Proteste verificou que os produtos das marcas Quatá e Keijobon informam na rotulagem ter mais sódio do que realmente têm, com uma variação entre o descrito no rótulo e o medido em laboratório de 29 e 31%, respectivamente. Já a marca Puríssimo light, que indicava conter 40% menos sódio, na verdade possui 47% a mais de sódio em comparação ao prometido no rótulo.
De acordo com o Artigo 6º inciso III do Código de Defesa do Consumidor, é um direito básico a informação adequada e clara sobre diferentes produtos e serviços, com especificações correta de quantidade e características.
Quanto ao conteúdo de gorduras totais, a situação é ainda mais preocupante. Quase todas as amostras do teste (exceção da marca Keijobon), apresentaram ter mais gordura total do que a indicada na embalagem. No rótulo, uma fatia de 30g do Keijobom (sem sal) tem 3 g de gordura. Porém, de acordo com os resultados do teste, 30g do produto trazem 7,4g de gordura, uma diferença de 145%. As maiores divergências foram observadas nas marcas: Keijobon sem sal (145%), Puríssimo (56%) e Sol Brilhante (53%).
A Proteste verificou ainda o teor de matéria gorda no extrato seco e o nível de umidade, dados importantes para o saber se o queijo que o consumidor está levando para casa é realmente do tipo minas. De acordo com a legislação do Ministério da Agricultura, o queijo minas é considerado um queijo semigordo e de muita alta umidade.
Com exceção do Puríssimo (reduzido de sal), todos os produtos apresentaram teores de matéria gorda no extrato seco acima do estipulado para os queijos chamados semigordos. Por outro lado, os produtos não apresentaram teor de umidade fora do limite da legislação. A Associação também não detectou a presença de amido nas amostras ou de micro-organismos patogênicos (aqueles que fazem mal a saúde do consumidor).

Fonte: Monitor Mercantil