Este ano, o número de lojas de comércio eletrônico cresceu
9,23% no Brasil, ritmo de expansão que se aproxima do que se percebe na
economia tradicional (lojas físicas), na qual o número total de empresas
lançadas (subtraindo-se o total de empresas fechadas) foi de 8,57% no mesmo
período, também segundo dados da BigData Corp. Para se ter ideia do que isso
representa, basta relembrar que, em 2016, essa taxa bateu os 21,52% em relação
a 2015; e, em 2015, chegou a 24,67%, comparando-se a 2014.
Em 2017, também chama a atenção o boom no número de comércio
eletrônicos de grande visitação - aqueles com mais de 500 mil visitas mensais.
Enquanto em 2016 esses sites tinham participação marginal no total de lojas
virtuais, de apenas 0,76%, hoje representam 14,77% do total de lojas virtuais.
Esse aumento do índice de sites de grande visitação pode ser
explicado pelo crescimento do uso de mídias sociais alternativas (que não o
Facebook). O Instagram e o YouTube são os grandes exemplos disso, com cada vez
mais lojas usando essas plataformas para divulgar seus produtos, seja com
canais próprios ou por intermédio de influenciadores digitais. Essas novas
mídias sociais têm sido dominadas por novas marcas, não pelas marcas
tradicionais. Outro ponto que merece menção é o crescimento de canais
alternativos de pesquisa de preços, especialmente com o advento de marketplaces
online. Nos marketplaces, os consumidores visualizam outras lojas e, gostando
das ofertas, acabam acessando esses comércio eletrônicos diretamente.
O estudo registrou crescimento da presença do comércio
eletrônico no âmbito do total de sites brasileiros. Essa expansão foi de
54,23%, saindo de uma participação de 3,54% para 5,46%, o que equivale,
atualmente, a 600 mil lojas virtuais no país - em 2016, eram 547 mil; em 2015,
450 mil; e em 2014, 360 mil.
O levantamento da BigData Corp. é feito semanalmente em mais
de 20 milhões de sites brasileiros; para esta pesquisa, o instituto trabalhou
com resultados obtidos entre junho de 2016 e o de 2017.
Os pequenos sites de comércio eletrônico, com até 10 mil
visitas mensais e que vendem até 10 produtos, representam a maioria do comércio
online brasileiro, ainda que sua participação tenha caído 17,18%, fechando em
76,72% do total de lojas virtuais do país - no levantamento de 2016, eles
representavam 92,64%. São especializados em nichos específicos, a exemplo de
sites que vendem brigadeiros, iô-iôs, aulas particulares e produtos e serviços
diversos.
Já os sites médios (que contam entre 10 mil e 500 mil
visitantes por mês) passaram de 6,61% em 2016 para 8,51% este ano. A grande
mudança nessa medição foram os sites grandes (com mais de 500 mil visitas por
mês), que passaram de 0,76% em 2016 para 14,77% este ano.
Outra taxa que aumentou em relação a 2016 foi a de comércio
eletrônicos responsivos (ou seja, que se adaptam a qualquer tela, seja um
desktop ou um smartphone): eles já são 24,20% do total - na medição do ano
passado, esse índice era de 16,12%. E 3,47% deles já contam com aplicativos de
venda mobile, o que amplia a experiência do consumidor e abre a possibilidade
de inúmeros recursos durante a compra, sem comprometer a velocidade do acesso -
em 2016, os sites com aplicativos eram 0,27%.
A pesquisa BigData também captou uma tendência do varejo
online: o uso expressivo das mídias sociais (72,43% agora, contra 60,71% no ano
passado). O líder, nesse quesito, ainda é o Facebook, com 53,65% (mas o índice
era de 54,96% em 2016). O Twitter bateu os 36,21% (contra 35,87% em 2016); o
YouTube também aumentou sua participação, com 21,59% (tinha 20,80% no ano
passado); e o Instagram chegou aos 12,73% (contra 9,32% em 2016).
Da mesma forma, a adoção de recursos de análise automatizada
de visitas aos sites (como o Google Analytics) sofreu um boom. Em 2017, 70,57%
das lojas virtuais já adotam suas funcionalidades - eram 59,02% em 2016.
Segundo a BigData Corp, o índice de comércio eletrônicos sem
lojas físicas também aumentou desde 2016. Agora, são 95,07%; no ano passado, eram
86,54%; e, em 2015, na primeira aferição do instituto, essa taxa era de 85,47%.
No que diz respeito à utilização de meios de pagamento por
parte dos comércio eletrônicos, a pesquisa aponta que, atualmente, 45,67%
contam com carteira virtual para pagamentos eletrônicos. Esse índice era de
41,21% em 2016 e de 38,09% em 2015.
Uma informação que traduz bem como o setor vem investindo
muito, no decorrer dos últimos dois anos, em segurança é a taxa de comércio
eletrônicos que trabalham com SSL (Secure Socket Layer, sistema que garante que
o site é seguro). Em 2015, eles eram somente 20,68% do total; em 2016, chegavam
aos 73,85%; e, em 2017, bateram nos 91,27%.
A BigData Corp também quis saber o índice de lojas virtuais
que usam plataformas de comércio eletrônico. Segundo os dados coletados, 58,48%
utilizam plataformas fechadas (eram 45,38% em 2016); 13,28% preferem
plataformas abertas (eram 16,86% em 2016); e 28,24% não têm plataforma, ou
seja, são sites construídos por desenvolvedores independentes, sem usar uma
plataforma fixa (eram 37,76% em 2016).
Fonte: Monitor Mercantil